O Lobo da estepe

domingo, 31 de maio de 2009

O Lobo da estepe, de Hermann hesse, é um livro que aborda a pluralidade do ser, e suas crises. Alem de uma alta critica a sociedade burguesa da época.
Foi desse livro que Fernando Anitelli , o vocalista do Teatro Mágico, tirou o nome de sua troupe. Há um trecho no livro, onde o personagem Harry Haler está andando pela rua, em meio aos seus conflitos existenciais, e se depara com um letreiro no muro, que diz o seguinte: Esta noite, O TEATRO MAGICO.. entrada só para raros.. SÓ PA RA LOU COS!. E a partir daí, ele fica fascinado com isso, sempre querendo ver novamente esse letreiro, e conhecer o teatro magico.
A personagem se encontra em profundo desespero, assombrado pelo lobo da estepe, sua outra alma que vive dentro dele. Até esse momento ele crê que só existam um ou duas almas dentro dele. Entretanto, quando ele recebe o livro "O tratado do lobo da estepe", que se refere a ele , e que demonstras uma teoria, de que não há apenas uma ou duas almas dentro de um ser, mas cem, duzentas...1000 almas.
Algumas vezes o livro pode parecer deixar uma visão pessimista da capacidade da unidade do ser. Mas Herman Hesse , em nota de 1961 para uma reedição do romance, diz que não descarta no romance a esperança oculta de uma síntese transcendente, que integre o santo e o libertino, o que parece estar prefigurado na demonstração da unidade oculta das mil almas no capítulo final da obra.

8 comentários:

Flavia disse...

Acho que você poderia fazer um comentário cultural para o Liberdade de Expressão. Há, por certo, dentre essas 1000 almas, aquela que encontra a sua humanidade através dos outros, através da sua incapacidade em aceitar que o homem não seja livre, sua incapacidade em aceitar a injustiça. Esta incapacidade não o definiria como homem, ao invés de ser deslocado de seu mundo e seu tempo? Não re-afirmaria sua humanidade, a despeito de tudo aquilo que lhe diz (como o pensamento neocon) que ele não partilha de todas as almas do homem, pois é apenas indivíduo que sobrevive num mundo de indivíduos, e a despeito da biologia dawkiniana (http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Gene_Ego%C3%ADsta) que vai além disso para dizer que nem indivíduo nem muito menos alma, pois somos apenas a máquina de sobrevivência do gene egoísta.

Que isso tem a ver com Confecom e liberdade de expressão? a ligação mais óbvia é que o mesmo grupo inspirado pelo teatro mágico de Hesse também encontra sentido na Confecom. Isso é pura pista do que faz sentido para quem acredita no lobo das estepes. O menos óbvio é que todos aqueles que lutam por liberdade de expressão encontram nela um ponto focal nessa conexão com suas 1000 almas ou mais, compartilhadas pelos homens.

Flavia disse...

não li ainda o lobo das estepes, mas li outro livro de Hesse.

Guilherme Diogo Rodrigues disse...

Olá flavia, se voçe tiver a opurtunidade leia sim, que eu sei que ira gostar.Qual livro dele você já leu?.
Quanto ao comentário cultural no blog liberdade de expressão , eu estou diposto a fazer.
O teatro magico apoia a confecom??
Eu não sabia , mas fico muito feliz com isso!

beijão

César disse...

Muito legal mesmo. Esse review fez o livro do Lobo pular alguns na fila e agora é o próximo a ser lido.

Mas escuta, sabe me dizer onde o livro tem ligação com Freud ? Dizem que tem, mas não sei nada de Freud e já que vou ler o livro, achei uma oportunidade pra conhecer.

Guilherme Diogo Rodrigues disse...

Ola, juan.

Bom saber que irá ler esse livro , tenho certeza que ira gosta muito.
Já em relação a freud, o livro tem muito de suas tecnicas de psicanalise, que tem como base a decupagem do ser.Desde acontecimentos na infancia, até a o poder do subconciente sobre o homem.
Bom acho que é isso,da uma lida e observe como a psicanalise foi amplamente ultilizada para a criação do livro.

Abraço!

César disse...

obrigado, abraço !

Anônimo disse...

eu li este livro faz muito tempo na epoca da minha juventude e marcou muito e e isto esta refletindo ate hoje esta obra prima passa ano e entra ano vai continuar marcando geraçoes

Samuel Chipapa disse...

bwé fiche, gostei

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