Declaração!

terça-feira, 30 de março de 2010
Ouviu sussurros surdos, que vinham das paredes sóbrias daquele ambiente onde a vida era desenhada, uma comoda realidade lhe incomodava.
Se acostumou a ajoelhar-se como um servo a todas as ordens que o impuseram, trancou suas opiniões num lugar só seu, onde só ele conhecia, guardou a si, para si mesmo. A criança havia ajoelhado no canto de uma sala, recebia chibatadas por ser quem era, por amar o que e quem amava, uma lágrima escorria por seu rosto infantil, as paredes e o této pareciam comprimir à retirar o seu ultimo suspiro, o espaço parecia ficar cada vez menor.
Ajoelhou, pela ultima vez, e não era um servo que ajoelhara, mas um rei que se levantava, sua alma estava de pé iluminada como uma mãe dando a luz, altiva como raios de sol.
Fitou seu carrasco nos olhos, o olhar que penetrou no âmago fez fraquejar as mãos e deixou cair o chicote, ao se amedrontar diante dessa luz que brilhava em seus olhos, e tomar consciência de que açoitava a si próprio. Os duros castigos que recebia foram imputados por ele mesmo. E ao perceber que era muito melhor do que jamais imaginara, riu feito criança, a mesma que trancara dentro de si anos atrás e, que um dia esteve ajoelhada num canto de uma sala dentro de si.

Guilherme Diogo Rodrigues.

O homem da cartola

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sentado em uma praça da cidade, o homem da cartola, olhava para dentro de si. Via o tudo e nada ao mesmo tempo. Enxergava sempre a mesma visão, sempre o mesmo ângulo. nunca mudava sua direção. O olhar que lhe restou era o mesmo questionador e profundo, o mesmo que usara no auge da vida, o mesmo, mas diferente do olhar vivo que olhara o mundo por trás do par de óculos meio retorcidos. Seus óculos eram vazados, assim como o seu interior, suas vestes estavam comidas pelo tempo e usava uma gravata que mais parecia um nó de forca.
Trazia consigo, um cavanhaque bem cortado e um bigode espesso, nem um pelo estava fora do contexto, tirando os fios de costura dourados que escapavam de sua cartola, iluminados por uma consciência que um dia existiu e já foi uma verdade.
O elmo que usava, a cartola, deixava à mostra as marcas de uma vida invivida, rugas que insistiam a aumentar nos traços de sua expressão estática.
Estampando na face a incógnita que padeceu de solução: O que é mesmo que se deu?.
Perguntando-se, quando perdera a sua efémera realidade, não se lembrava se havia sido entre o caminho de sua casa até a praça ou se dentro da sua cartola.
Por ele , passavam pedestres que nem o notavam ou o já estavam cansados de vê-lo sempre ali cogitando a sua realidade.
Um pombo pousava sobre a sua cartola, arrulhando, limpava suas asas e retirava alguns piolhos que incomodavam. Enquanto isso, o homem continuava parado na posição de sempre, não mexia nem um músculo, apenas seguia o seu papel de representação, de vida que um dia existiu, continuando a ser uma estátua em uma praça da cidade.
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Guilherme Diogo Rodrigues.

Passos!

quarta-feira, 24 de março de 2010
Voltava para casa após um dia estafante de trabalho, os últimos raios de sol já a abandonavam, o breu na noite tomara por completo o seu cansativo e conhecido caminho.
Andava distraída, como se não desse muita importância, chutava as pedras que paravam a frente do seu velho e surrado ténis.
Um pensamento havia fisgado a sua atenção e, dela não desgrudaria por nada nesse mundo.Pensava, como era possível que em uma noite quente como aquela, as ruas se encontrassem tão vazias, simplesmente inimaginável que o caminho em direção a parte mais periférica da cidade, o lugar onde residia, podia estar tão vazio e sem vida. Não se ouvia risos e vozes de crianças, nenhuma sequer para contar historia, nem vizinhos fuxiqueiros sentados à porta de casa a cuidar da vida dos passantes, nem sequer os passantes. Somente ela, a única terrestre na face da terra.
Sentia a solidão fisicamente, as passadas eram dadas com dificuldade, o ar era rarefeito e já lhe faltava. Começou a imaginar passos a seguir o seu caminho.Será mesmo só imaginação, perguntava a jovem. Desconfia de si mesmo e de suas intenções, ainda continuava a ouvir os passos, cada vez mais perto. O simples ato que acabaria com o seu sofrimento, arrepiava-lhe, sentia um calafrio gélido e nauseado só de pensar em olhar pra trás.
Tomou a decisão, acelerou o passo e cortou caminho por ruas diferentes,becos e vielas sombrias,onde até um rato teria medo de revirar o lixo.
Quanto mais acelerava o passo, mais continuava a ouvi-los, corria como nunca antes correra em toda a sua vida.
Da esquina, avistou o portão de sua casa,já com tinta a descascar de cor alaranjada, deixando escapar a camada contra ferrugem, um portão tão comum, mas único aos seus olhos.
E ao chegar, mal conseguia colocar as chaves na fechadura, colocou-a quase quebrando, entrou em casa e sentiu um alivio, momentâneo, pois percebeu que o passos ainda a seguiam, iam pra onde ela fosse, olhou para o lado, olhou pra trás e nada via, a única coisa que viu e ouvi, foi a barra de sua calça cumprida demais, seguindo passo a passo o seu caminho.

Clássico!!!

terça-feira, 23 de março de 2010

(In)sono dos justos!

segunda-feira, 22 de março de 2010
A noite estava estranha, daquelas onde o calor é um gélido calafrio castigado, onde o tempo parecia não ter hora e, a hora era mera criação de uma mente cogitabunda, que se desfazia no fino caminho de uma ampulheta.
Deitado sobre a cama , fritava aquele ser indecifrável, que mais parecia não pertencer à realidade que lhe foi imputada, que segundo ele, por algum Deus cruel e sem coração, de uma mitologia antiga.
Olhava o relógio derreter, os minutos e os segundo se dissolviam juntos com os ponteiros, o menor e o maior ambos derretidos e perdidos de um tempo desconexo. Sentia-se enjoado, imerecedor de dormir naquela cama, de vestir aquelas vestes. Acendeu a luz na esperança de encontra-la, mas a única coisa que viu foi um ofuscar nos olhos, correu ao banheiro como se sua vida depende-se disso, lavou o rosto na agua fria e olhou em direção ao espelho e, o que viu foi reflexo de um ser vil, e sentiu asco por reconhece-lo, era ele mesmo quem enxergára refletido, olhou os olhos e o sorriso amarelo do dia passado, os mesmo que usará para representar sua falsa moralidade. Sentiu vergonha de não se envergonhar nem um pouco, nem sequer uma fingida vergonha. Ficou enojado, uma pressão comprimia seu peito, um pressionar de garganta e um cheiro fétido e podre lhe subia pelas narinas, o suco gástrico as queimava, e lhe expurgava todo o jantar e sobremesa junto com um pouco da sua alma.
Depois de colocar suas emoções para fora, aquele Ser refletido retorna ao quarto, olha para os moveis desgastados, a televisão em preto e branco, a persiana desalinhada e o ventilador velho e empoeirado. Olha como se esperasse compaixão, como se pedisse socorro ou uma palavra amiga depois do sono dos injustos. Mas a única que o responde é a companheira deitada em sua cama, desejando-lhe um bom dia, já que os raios do sol já atravessam a janela. E a única coisa que lhe resta é responde-la, Bom dia, Insónia.



Guilherme Diogo Rodrigues.

"Metafísico!"

sexta-feira, 19 de março de 2010
O etéreo poeta,
escreveu o que sentia,
Por que sonhava que sentia.
Imaginando realidades,
Vivia, através da ótica
Distorcida do criador
Destas linhas
De realidade perdida
Dentro do personagem:
O poeta!

"CQC" LIBERADO! A Mosca está solta!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Nesta tarde de quarta feira, a prefeitura de barueri retirou ação impetrada contra o programa "CQC".
Hoje, as 14h e alguns minutos o apresentado do "Custe o que custar", Marcelo Tas, postou em seu twitter: "É oficial: prefeito de Barueri retira processo contra CQC. Proteste Já pode ser exibido na segunda! Quem viver verá :) "

De acordo com a Band, a Prefeitura de Barueri, que havia pedido a liminar, desistiu da ação. Por isso, não foi preciso recorrer da decisão.
Apenas nesta quarta-feira a assessoria de comunicação de Barueri publicou nota de esclarecimento no site oficial da prefeitura, em que afirma não ter censurado o "CQC", tampouco ter "poder para isso". "Ocorre que o programa CQC fez uma matéria em Barueri, e a Prefeitura desconhecia o conteúdo desta matéria. Para que não fosse ao ar uma matéria possivelmente debochada, desrespeitosa, sensacionalista ou que pudesse causar danos à imagem da instituição ou dos servidores públicos, a Prefeitura apenas exerceu seu direito pleiteando em juízo que a matéria não fosse ao ar até que tal conteúdo fosse conhecido", explica a nota.
Após tomar conhecimento de todo o conteudo da matéria e da repercussão negativa, o prefeito Furlan concordou com a exibição da mesma, além de ter concedido uma entrevista ao repórter Danilo gentili.
Com a desistência, o programa fica liberado para veicular a reportagem. Agora resta esperar para ver o desfecho dessa epopeia, que esta previsto para acontecer na próxima segunda feira as 22h15m na Band.

Amor de infancia

terça-feira, 16 de março de 2010



Andavam no meio fio daquela estrada,
Sob o fio da navalha da amadurecencia.
Em passos vividos e chutes infantis,
Até as pedras eram engraçadas,
Sonhavam com a pura descoberta
Transpirando a inocência,
Dos risos e toques de mãos dadas.

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...
Guilherme Diogo Rodrigues

Programa "CQC" censurado!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Marcelo Tas, jornalista e apresentador do programa "CQC", divulgou em seu twitter na noite desta segunda feira ,dia 15, que o programa foi proibido por ordem judicial, de exibir o quadro "Proteste já!"

“Inacreditável: acabam de nos informar que ordem judicial nos impede de mostrar o Proteste Já hoje no CQC #novacensuraBR”, afirmou Marcelo Tas, no twitter. O apresentador ainda participou, especialmente, do jonal da band onde voltou a expressar o seu ponto de vista sobre o assunto, "um caso claro de censura prévia", disse. Nessa frase, o apresentador não poderia ser mais claro, sobre o que pensa em relação ao ato de censura previa, ocorrida nesta noite.
Segundo informações postadas no site "eBand", a materia que seria apresentada na reestreia do programa e foi censurada, tratava de um caso de uma TV, que foi doada a uma escola, mas estava sendo usada por uma dirigente do estabelecimento, em sua casa. Os repórteres Danilo Gentili e Rafinha Bastos conseguiram flagrar o momento em que o aparelho era retirado da casa.
Essa matéria seria a estreia de Danilo Gentili como repórter do quadro. Em seu microblog ele expressou sua indignação, "Não é estranho que o Juiz proíba uma matéria de ir pro ar sem ao menos assisti-la? Em um Paísinho provinciano näo! É normal! Começamos bem!”, desabafou Gentili".
Agora o que nos resta é esperar para ver qual sera o desfecho dessa atitude tacanha que foi imposta ao programa "CQC".
Em seu perfil no twitter o CQC convocou e "provocou" aos usuários da rede social e fãs do programa a protestarem contra o ato, "Vamos protestar contra a censura! Voltamos com tudo, já já, às 22h15 na Band.".

A menina voadora.

domingo, 14 de março de 2010

A menina voadora deitada na sacada
Olhava para o céu!
Seus olhos iam pra la e pra cá
Seguiam os passaros de aço,
Em que horas batem asas?
Perguntava a sonhadora.
Brincava de imaginar destinos
Contando viagens em desatino
Fugia da sua realidade,
Pegava carona na imaginação.
Voava o mais longe que podia,
Sentia o vento nos cabelos,
Adrenalina e aventura lhe tomavam.
Sonhava com o dia
Que enfim chegaria,
No embarcar de um novo voo.




Guilherme Diogo Rodrigues.


A paz, a ciência, a essência... A POESIA PREVALECE!

E é com está frase do Teatro magico, que eu começo o meu post em prestigio ao dia 14 de Março, dia nacional da poesia.
Um dia que não poderia ser deixado em branco, e que deve ser lembrado por todos os escritores, poetas e por todos os brasileiros.
O dia 14 de Março foi escolhido em homenagem ao grande poeta Castro Alves, é o dia do nascimento do escritor baiano famoso pelos seus versos românticos como os de "Navio Negreiro".
Castro Alves ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, pois lutou grandemente pela abolição da escravidão. Além disso, era um grande defensor do sistema republicano de governo, onde o povo elege seu presidente através do voto direto e secreto.
Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, chegando a fazer um protesto contra a situação em que viviam os negros. Mas seu primeiro poema que retratava a escravidão foi “A Canção do Africano”, publicado em A Primavera.
Apesar de Castro Alves ter nascido em 1847 e falecido em 1871, a sua poesia ainda vive, sinal de que a poesia é eterna, resistindo às revoluções tecnológicas e midiaticas, prevalecendo nas palavras de atuais e eternos poetas, e em cada linha lida por um apaixonado pela palavra!

Parabéns à nossa amada poesia!

Dia Mundial da Poesia, comemora-se no dia 21 de março, instituído pela UNESCO.

Testamento de uma nova vida!

sexta-feira, 12 de março de 2010
O silencio
O tomou.
Consigo,
Levou
O inspirar
E verve
Ignorada.
Deixou
Enfim
O caderno
Rabiscado.
A folha
Em branco.
O Vazio
E o nada.
Guilherme Diogo Rodrigues

"Poema da madrugada."

terça-feira, 9 de março de 2010

No escorrer de quadros distorcidos,
A madrugada vai se desenhando.
Em becos lúgubres inexplorados
O sono se agita de um lado pro outro.
Um calafrio gélido e funesto
Percorre-lhe a espinha,
O chão se abre sóbria mente
E as mãos num ato desesperado
Agarram deliberadamente o ar.
O suor escorre pela testa
Derrete-se o sonho mascarado.
Em um suspiro desesperado
Busca uma resposta o despertado.
Guilherme Diogo Rodrigues.

Fuga colorida!

domingo, 7 de março de 2010

A fuga daquela realidade,
dessa minha frágil trivialidade
Em versos expressada.
É sempre escudo, mascarada,
No peito aberto construído.
O Coração vai à frente, belo amigo.
No mímico gesticulando,
Expressando gestos, representando.
Contando no rosto colorido.



Guilherme Diogo Rodrigues.


“O Conto de Beatriz”

sábado, 6 de março de 2010



Galera, gostaria de deixar um dica de peça teatral que vale a pena conferir. O Conto de Beatriz, representado pela troupe Parabolandos de teatro.
Com leveza e sensibilidade, a troupe apresenta uma nova temporada da peça que prende e emociona o espectador do inicio ao fim, contando a historia de um escritor na sua luta e dilema para dar vida a essa realidade, e contar da melhor forma esse Conto de uma menina chamada Beatriz, que vive em um mundo cinza , sem a presença das cores para alegrar a vida, apesar das dificuldades, Beatriz é uma menina simples, boa e sonhadora, que enxerga as cores do mundo e faz o que pode para alegra-lo.

"Vá ao teatro assistir O Conto de Beatriz, e passe a enxergar as cores que existem no mundo cinza que nos rodeia"


Nova temporada dias 7,13 e 14 de Março
"...a libertação de todos os fantásticos e transformadores sob a única luz que são seus olhos e sua sabedoria."

Local: Galpão das ArtesEndereço: R. Nove de Julho 267- Centro
Horário: 20h
Ingressos: R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 estudante
8320-3863




Nos olhos de um garoto pobre
Vi a riqueza e o valor de um nobre.
Nos sonhos de criança
Transbordaram ondas de esperança,
A nova vida foi consumada.
No estudo e na prancha foram surfadas,
No mar que o garoto venceu,
Uma nova realidade ele teceu.



Guilherme Diogo Rodrigues

No desatino, o desalento.

quinta-feira, 4 de março de 2010

No desatino do pensamento.
Presente em repouso,
Trancado no calabouço
De alteridade obscura
Surgiu o velho e lívido
Nas verdades reprimido
Em mascaras e fases.
Com verdades que lhe trazes.
És sempre desalento conhecido.
De tão real tornou-se vívido,
E de tão contínuo é quase um amigo.
Guilherme Diogo Rodrigues

Grande demais para um só!

terça-feira, 2 de março de 2010

Em sua prisão particular
No aquário de águas turvas
Transbordando ideias
Ainda sobra espaço
Para realidades bipolares,
Contidas nesse paralelo,
Onde anticorpos metafisicos
Travam uma batalha entre si.
E nesses alelos,
São " Pessoa e Caieiro,"
São "Reis e campos",
São o tudo e o nada
Sempre certo e errado
Esquerda e direita
Em lucidez loucura.
Na multidão, são solitários
Na multidão, são O visionário.


Guilherme Diogo Rodrigues.



Homenagem a Fernando pessoa.

Cálice de ópio

segunda-feira, 1 de março de 2010

O cálice de vinho caído no chão
Está partido, estilhaçado.
O gosto do ópio domina o paladar,
O (des)sabor amargo, atado
Ao sabor desejado, perdido no ar
Envenenando sua respiração
Os olhos anuviados, a procurar
A luz que era dele e se foi sem pensar,
Afogada no vinho, se perde na escuridão.
Em seu peito, há estilhaços a lhe sufocar.
É o vinho de ópio, sangrando coração.



Guilherme Diogo Rodrigues.