Dilúvio de chuveiro

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sob o dilúvio do chuveiro
Água e lágrimas se confundem
Na arca das emoções
Tornam-se um só, fundem-se
Em nó, no escorrer de água salgada,
Derramada pelo olhar do herói
De faz de conta que vive.
De cima, o chuveiro observa,
Feito um anjo, contemplando
A beleza e a tristeza de um mortal
Em gotejar tão intenso.
Sem poder chorar,
O chuveiro desagua o lacrimar
....................[ que lhe cabe.
Lavando corpo e alma
Do herói em naufrágios interiores.

Guilherme Diogo Rodrigues.

4 comentários:

Rafaela disse...

"Sob o dilúvio do chuveiro
Água e lágrimas se confundem
Na arca das emoções
Tornam-se um só, fundem-se"
Demais essa parte *-*

A hora do banho é realmente um momento para recordar as coisas, ter ideias, sentir falta, ser melancolico...
Ficamos inteiramente sós, com nossos pensamentos, apenas com o som das gotas de água caindo no chão. Hora essa em que viramos amigos do chuveiro, amigos intimos, afinal, é ele quem nos observa cantando, dançando ou chorando...

Poema bem sutil, sensivel e ao mesmo tempo forte!
Aplausos pra você Gui *-*

Mary Moreira disse...

Nossa, chorar no chuveiro é classico e muito terapêutico, realmente.
Nunca tinha visto por essa perspectiva, muito boom Gui.

;*

Joyce Figueiró disse...

amei, muito bom!

Darlan (Filé) Júnior disse...

Cara, quanto tempo não passo aqui! ^^

Ta nítida a evolução dos teus textos mano!
genial

Postar um comentário

Obrigado por ser um Pensador Livre!!!!!!